Cetesb avalia danos ambientais após vazamento de óleo em São Sebastião

Órgão não descarta possível punição à Petrobras por conta do incidente. Técnicos acompanham contenção e retirada do material desde sexta-feira



Equipes tentam conter óleo nas águas entre as praias Porto Grande e Deserta, em São Sebastião, no litoral de São Paulo. (Foto: Reginaldo Pupo/ Estadão Conteúdo)

A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) enviou neste sábado (6) uma equipe de emergência a São Sebastião, no litoral norte de São Paulo, para avaliar possíveis danos ambientais provocados por um vazamento de óleo de uma das redes do píer do Terminal Aquaviário Almirante Barroso (Tebar) da Petrobras. A Cetesb monitora os trabalhos desde o fim da tarde de sexta-feira (5), quando foi registrado o problema.

A equipe de emergência enviada ao município acompanha os trabalhos de contenção e remoção do óleo, mas ainda não deve definir um tipo de penalidade à Petrobras. Após a finalização do trabalho, a empresa deve fazer um relatório sobre o que aconteceu e somente a partir daí a Cetesb irá definir uma possível punição, que pode ser tanto uma advertência quanto uma multa.

Por meio de assessoria de imprensa, o órgão disse que o vazamento aconteceu em decorrência de um problema em uma linha de abastecimento, entre o píer e o navio. O óleo que vazou é um combustível de navio, denominado 'Marine Fuel'.


No início da tarde deste sábado, a Prefeitura de São Sebastião orientou que banhistas evitem nove praias da região central e da costa norte da cidade. As praias que devem ser evitadas, de acordo com a administração municipal, são: Porto Grande, Deserta, Pontal da Cruz, Arrastão, Portal da Olaria, São Francisco, Figueira, Cigarras e Enseada. As manchas de óleo estão sendo monitoradas e estão se deslocando no sentido norte.

Vazamento

O vazamento de óleo foi detectado pela Transpetro por volta das 17h50 de sexta-feira (5) e comunicado à Cetesb às 18h. Desde então a empresa realiza ações de contenção e remoção das manchas.

O vazamento já foi controlado, mas é preciso remover as manchas de óleo que se espalharam pela orla. Foram lançadas barreiras de contenção e estão sendo utilizados helicópteros na identificação de eventuais manchas de óleo que possam ter escapado desses limites.

De acordo com a Capitania dos Portos, não há indícios de que o vazamento tenha afetado as condições de balneabilidade das praias da região e ainda não se sabe a quantidade exata de óleo que vazou, mas estima que o vazamento não seja de grandes proporções. "Aparentemente o vazamento é pequeno. Vai de uma extensão desde o centro da cidade até o bairro São Francisco. Esse trecho, por terra, tem cerca de cinco quilômetros, mas o que há no mar são pequenas manchas de óleo espalhadas nessa extensão", explicou ao G1 o capitão de fragata Alexandre Motta de Sousa, delegado da Capitania dos Portos.

O delegado da Capitania dos Portos também afirmou que as condições climáticas ajudam o trabalho para remoção do óleo. "Desde o contato com o água já há um prejuízo ao meio ambiente, mas agora é preciso concentrar as atenções para retirar o óleo o quanto antes. E o clima hoje está ajudando, tornando mais fácil remover as manchas", afirmou.


Técnicos fazem trabalho de contenção no litoral de SP. (Foto: Jorge Mesquita/Estadão Conteúdo)

Outro lado

Por meio de nota, a Transpetro informou que as causas do incidente estão sendo apuradas e que profissionais estão trabalhando para retirar o óleo do mar. Veja a íntegra da nota abaixo:

A Transpetro informa que, por volta das 17h50 desta sexta-feira (05/04), foi detectado um vazamento de combustível marítimo no píer do Terminal Almirante Barroso (Tebar), em São Sebastião (SP). Imediatamente, equipes de contingência foram acionadas e, durante toda a noite e a madrugada, atuaram na contenção do vazamento e na remoção do produto. No local da ocorrência, no entorno do píer, o processo de limpeza esta sendo concluído.

Na manhã deste sábado, os profissionais mobilizados pela Transpetro continuam trabalhando para retirar o óleo que se desprendeu da área atingida e alcançou as praias Deserta, Pontal da Cruz, Ponta do Lavapés e Portal da Olaria, em São Sebastião.

A Transpetro disponibilizou todos os recursos necessários para remover o produto. Neste momento, são 27 embarcações e cerca de 300 pessoas mobilizadas na região.

As causas do incidente estão sendo apuradas. O órgão ambiental foi comunicado e os técnicos acompanham os trabalhos de limpeza.

Último caso

Em 6 de setembro do ano passado, uma carreta da Petrobras tombou na SP-55 (Rodovia Doutor Manuel Hipólito Rego) e provocou o vazamento de 15 mil litros de óleo diesel. O material chegou ao córrego Canto do Moreira, situado no lado sul da praia de Maresias, também em São Sebastião. O problema interditou um trecho de 800 metros quadrados da praia para os trabalhos de remoção do óleo.

Cinco dias depois do acidente, a Petrobras e a Cooperativa de Transportes Rodoviários do ABC foram multadas pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) em R$ 92.218,44, cada uma. O valor da multa correspondia a 5.001 Unidades Fiscais do Estado de São Paulo.


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