Pensar globalmente e agir localmente

Quem já não ouviu falar do efeito estufa, do buraco na camada de ozônio, da poluição dos mares e rios, da devastação incontrolada das florestas, da extinção dos animais e plantas, enfim de problemas ambientais globais que se agravam a cada dia.

Somando-se a estes, temos os já conhecidos problemas de âmbitos socioeconômico, político e cultural: Pobreza, crescimento populacional, violência, analfabetismo, carência alimentar, educacional e sanitária, violação da democracia e dos direitos humanos, etc.

Há algumas décadas tais problemas vêm sendo abordados em conferências, reuniões e discussões em todo mundo e um dos principais consensos aí gerados é de que as dimensões ambiental, socioeconômica, política e cultural se apresentam articuladas de forma interativa e complementar, com a impossibilidade de separação na abordagem entre elas.

Como solução criou-se o desenvolvimento sustentável, um "novo estilo de desenvolvimento onde os objetivos econômicos do progresso estariam subordinados ao atendimento das necessidades básicas das populações, e, portanto aos critérios de respeito à dignidade humana e de melhoria da qualidade de vida das pessoas e também na incorporação do cuidado ao meio ambiente nas decisões econômicas".
Mas... Como rumaremos em direção a este novo modelo de desenvolvimento?

O princípio "Pensar globalmente e agir localmente" tem hoje mais do que nunca! O papel da comunidade local é de particular importância para começarmos logo a mudar a realidade, não apenas com o consentimento passivo, mas com a participação ativa das pessoas na comunidade em que vivem de forma individual e coletiva.

É através da participação ativa em nossa comunidade (casa, bairros, escola, local de trabalho, zona rural...) que fugiremos da tendência desmobilizadora da percepção de problemas globais, distantes da realidade local, e partiremos do princípio de que é indispensável que o cidadão participe da organização do ambiente na vida cotidiana.

Não existe uma receita, o ideal é que cada comunidade seja responsável pelo seu destino, identificando problemas e práticas não-sustentáveis e procure discutir, gerar atitudes e meios para corrigi-las: os atores nesse nível englobam a comunidade e seus dirigentes, as instituições, o governo local, as ONG`S, o setor privado e, principalmente a população de todas as idades.

Como dizia o Educador Paulo Freire: "o ser humano é objeto e agente da história, pois ao mesmo tempo em que sofre a influência de fatores sociopolíticos, econômicos e culturais, ele tem a possibilidade de transformá-la".

Publicado no jornal "Brazópolis", edição de Setembro de 2005