PSS Apresenta Jardim Angela Music Festival.mp4

Jardim Ângela Festival Music
Esse evento nunca teve nota na imprensa nem é um tipo de acontecimento que atraia celebridades. Os músicos chegam lá de ônibus depois de levar horas para cruzar a cidade. Alguns deles, moradores da região, preferem ir caminhando. No início, não havia nem mesmo um palco, era tudo na rua. Mas, com o tempo, o evento virou uma verdadeira sensação. Pela primeira vez, promove-se, sem ajuda de quase ninguém, um festival de bandas da periferia que reúne grupos de todas as regiões da cidade. Vale tudo: rap, samba, pagode, funk, rock, música sertaneja. É assim o Jardim Ângela Festival Music.
A primeira eliminatória do festival começou às 21h e se estendeu por 12 horas seguidas. O palco era uma rua estreita no Jardim Ângela. Na frente, uma garagem em cuja parte superior foi instalado um estúdio de gravação de música e vídeo. 
Desse local, saíram não só a gravação de mais de 800 bandas da periferia mas também improváveis conexões com festivais e shows em cidades como Paris, Londres, Berlim, Lisboa e Amsterdã.
Por trás desse festival, está Cláudio Miranda, morador do Jardim Ângela, que, apesar de músico, não se considera músico e, apesar de produtor cultural, também não se imagina um produtor cultural. "Sou apenas um empreendedor social."

Empreendedor social é uma atividade ainda desconhecida no Brasil. Esse profissional é um empresário que visa ao lucro para se manter e prosperar, mas foca seu trabalho na redução da exclusão. "É assim que me sinto promovendo essas bandas, que, de outro jeito, não teriam espaço para gravar e aparecer."

Na época em que Cláudio começou a trabalhar, aos nove anos de idade, o Jardim Ângela era apontado como a região mais violenta do mundo. Ele era catador de bolinha nas quadras de tênis de um clube (Indiano) de classe média e alta na represa de Guarapiranga. "Vi que, por trás da bolinha, havia não só um jogador mas também uma chance de contato."

Anos depois, tornou-se professor de tênis e conseguiu, nos fins de semana, tocar com sua banda (Poesia Samba Soul) no clube. Para gravar suas músicas, montou um estúdio em cima da garagem de casa. "Meu pai teve de vender o carro dele."

O que era uma impossibilidade, o violento Jardim Ângela, Cláudio viu como uma possibilidade. Entidades não governamentais (Sou da Paz, por exemplo) ajudaram-no a se formar em gestão e a fazer contatos. A partir daí, descobriu conexões dentro e fora do Brasil.

Seu estúdio passou a gravar, a preços baixos, as músicas de outras bandas da periferia, que vinham de todos os cantos. E daí veio a ideia do festival, que, agora, saiu da rua e ocorreu num confortável auditório de um CEU.

Para Cláudio, ser um empreendedor é ver coisas onde ninguém vê, coisas que podem ser uma bolinha da quadra de tênis, um estúdio de gravação em cima de uma garagem ou uma rua que vira palco de um festival de música.

PS- Coloquei no www.catracalivre.com.br músicas da banda de Claudinho.

Fonte:http://aprendiz.uol.com.br/content/stogesemor.mmp

Comentários
0 Comentários

0 comentários:

Postar um comentário

 
Eco Harmonia