15/12/2010 12:47:15
Unic Rio
O resultado da Conferência sobre Mudanças Climáticas das Nações Unidas, que ocorreu em Cancún (México) na semana passada, fez o processo de negociações voltar aos eixos, disse ontem (14/12) o Secretário-Geral Adjunto para o Planejamento Estratégico e Coordenação de Políticas, Robert Orr, destacando alguns dos principais acordos alcançados no encontro. Segundo ele, foi feito progresso em todas as frentes que o Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, havia definido antes do encontro.
“O desejo de se chegar a um acordo e um reconhecimento dos obstáculos mostraram que os Governos tiveram de lidar com o fato de sua negociação ter sofrido um duro golpe no ano anterior e que era sua responsabilidade fazê-la voltar aos eixos,” disse Orr. Em Cancun, foi definido um acordo sobre a fixação de compromissos de todos os países para a atenuação das mudanças climáticas no processo formal da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC). “Agora teremos um sistema para receber estes compromissos para monitorá-los, reportá-los e verificá-los. Será um processo bem transparente.”
Foi feito também um acordo para atacar o desmatamento e o uso da terra, um avanço cuja expectativa é a de “liberar capital” para esforços de conservação, uma vez que cerca de um quinto da acumulação de gases causadores do efeito estufa tem sido creditado ao desmatamento. “Este acordo-quadro terá um impacto concreto,” disse Orr. Também houve progresso no “financiamento acelerado”, que requererá que os países desenvolvidos levantem 30 bilhões de dólares em um período de três anos para ajudar países pobres a lidar com as mudanças climáticas. “O acordo em Cancun é importante por estabelecer um mecanismo de registro e acompanhamento destes compromissos (de financiamento),” explica.
Os representantes também firmaram um acordo sobre a proposta de aumentar o prazo do “Fundo Verde Climático” e aprovaram o relatório do Grupo Consultivo de Alto Nível sobre o Financiamento da Luta contra as Alterações Climáticas, que conclui que, embora desafiador, o objetivo de levantar 100 bilhões de dólares anualmente até 2020 é viável. Detalhes sobre o levantamento do fundo ainda precisam ser planejados.
Sobre o futuro do Protocolo de Kyoto, um acréscimo à Convenção, que contém medidas juridicamente vinculativas para a redução das emissões de gases causadores do efeito estufa, e cujo primeiro período de compromisso expira em 2012, o pedido do Secretário-Geral de um compromisso foi aceito com representantes concordando em garantir que não houve brechas. As negociações sobre a segunda fase do compromisso do Protocolo continuarão.
(UNIC Rio)