Epidemiologia como suporte a Educação Ambiental

Termo Epidemiologia
Entender o real sentido do termo epidemiologia para que essa possa fazer parte de um raciocínio crítico a ser aplicado por aqueles que estão atuando na área de Educação Ambiental.
É uma disciplina estritamente ligada a ciência médica e a saúde pública ou mais modernamente saúde coletiva.
Inserida nas escolas de medicina principalmente no que tange a medicina preventiva, tem feito parte do currículo de graduação em cursos de enfermagem, farmácia, odontologia, biologia, fisioterapia e terapia ocupacional.
Quando se amplia o conhecimento para a saúde coletiva, a necessidade do conhecimento epidemiológico torna-se obrigatório. Mas como discutir saúde da população sem antes entender a saúde individual ou a própria doença.
Exemplos : O que é doença? Ou porquê a população adoece?
A maneira que o homem interage com o meio ambiente para ter uma relação muito direta com o binômio saúde-doença.
Muitos problemas emergem em que o comportamento humano potencializa os agravos a saúde.
Definição de Epidemiologia
O que transparece é que seria o estudo das epidemias, seria correto afirmar que está ciência trabalha também com as epidemias, mas é mais abrangente.
Epidemiologia não investiga apenas o efeito da doença, mas volta-se a busca ou definição dos seus determinantes.
A palavra deriva do grego EPI significa sobre( entende-se algum processo sobre a população}; DEMO correspondente a população afetada por algum processo mórbido.
Seria algum processos que ocorre com a população. 
Objetivo principal proporcionar dados essenciais para o planejamento execução e avaliação das ações de prevenção, controle e tratamento das doenças, bem como para estabelecer prioridades.
Para ilustração, imagina-se um suposto agravo Y que afeta a população de um determinado lugar. Para estudar ou quantificar esse problema os dados de ocorrência do agravo são recolhidos, organizados e a partir desses, geram ilustrações como: mapas, tabelas e gráficos, levantam-se ainda informações de natureza qualitativa a partir de visita ao local, observação da paisagem, opinião de lideranças comunitárias, ou dos moradores e informações que foram reunidas e trabalhadas, certamente levará o pesquisador a formulação de alguma hipótese sobre os possíveis fatores determinantes que poderiam ter associação com o agravo.
Para a saúde pública, a epidemiologia passa a ser um instrumento de grande valor.
Epidemiologia como suporte a Educação Ambiental
Antes de voltar a discussão conceitual, julgou-se necessário despender esforços na compreensão da relação ser humano-ambiente.
No segmento do tempo anteriores aos últimos dez mil anos cobrindo uma enorme extensão da evolução do Homo Sapiens, fase denominada pré-agrícola, essa espécie mantinha uma estreita relação com a natureza.
Nessa época os povos obedeciam ao estilho nômade coletor e caçador, com isso o ecossistema mantiveram-se praticamente intactos.
No final desta fase pré agrícola estima que a população da terra teria alcançado os cinco milhões de habitantes. Nessa época há cerca de dez milhões de anos a espécie humana já estaria dispersa por todos os continentes.
Estando os ecossistemas terrestres totalmente povoados, tinha-se o comportamento nômade comprometido, levando as populações a adotar uma nova maneira de relação com o ambiente.
Logo no início da era industrial ocorreu uma grande expansão das cidades. Além  desse aspecto, a demografia era caracterizada pelas elevadas taxas de natalidade, como um todo um todo a população da terra crescia em um ritmo lento, em razão da elevada mortalidade, principalmente por agravos profissionais e doenças infecciosas . O desenvolvimento cientifico era precoce e a saúde-doença era debatida a luz da teoria miamática. Não havia consciência de saneamento  e as condições de trabalho eram deploráveis.
Somente nos últimos séculos, a melhora da produção de alimentos, os avanços da medicina, desenvolvimento e uso generalizado de vacinas e antibióticos, entre outros progressos, teriam sido fatores que influenciaram no aumento da expectativa de vida das populações humanas. De outro lado cresceu a consciência da importância do saneamento que passou a ser implantado em muitas nações, o que representou um expressivo crescimento populacional.
Na mudança de milênio, a população do planeta teria ultrapassado os seis bilhões de habitantes como fora anteriormente previsto (WH 1991)
O que se assistiu recentemente e de maneira extremamente rápida foi a expansão descomunal  de muitas cidades e que tem exercido severa pressão sobre os resíduos de ambientes naturais que ainda subsistem. Tais ecossistemas  que podem ser considerados exemplos de auto-sustentabilidade detém biodiversidade que sem mantém pouco perturbada.
A agricultura moderna, altamente produtiva tem avançado para as áreas naturais, ocasionando perda da biodiversidade.
Os terrenos agrícolas totalmente manipulados pelo homem. Funcionaram com elevado gasto energético, além da aplicação como adubos, herbicidas, fungicidas, inseticidas, entre outros.
A degradação do solo, manifestada pela erosão, lixiviação de fertilizantes, salinização e desertificação serve de diagnóstico do declínio rural. A expansão de pragas agrícolas de uso obrigatório de produtos tóxicos para evitar perdas econômicas trazem geralmente como conseqüências contaminação dos trabalhadores, bem como dos produtos que carregarão sempre certa dosagem.
As cidades, sob o ponto de vista ecológico, são ambientes totalmente modelados pela mão humana, sendo obrigatoriamente dependentes de outros ecossistemas.
Além desses aspectos, para a construção e manutenção dos aglomerados urbanos, há necessidade de importação dos mais variados recursos como pedra, areia, cimento, madeira, petróleo, água, energia elétrica, entre outras.
Dada extensão da pavimentação das superfícies, nas horas de insolação, a cidade funciona concentrando as radiações por causa da impermeabilização generalizada, as águas não penetram no solo.
Ruído, poluição do ar pelos veículos com a emissão de enxofre, nitrogênio, material particulado e outros poluentes.
Próximos as cidades crescem o número de aterros sanitários ou lixões a céu aberto, contaminando o lençol freático.
O uso excessivo do solo, provoca degradação, falta de opção de trabalho no campo, pode significar migração para cidade provocando excessivo contingente populacional e crescimento desordenado.
Não há dúvida que essa população das áreas urbanas  são hoje cúmplice das perdas de espécies e a destruição de habitats que inviabiliza a existência  de numerosos organismos.
A pressão constante sobre os ecossistemas naturais é vista atualmente como risco de propagação de doenças emergentes, cujos agentes podem saltar de seus ciclos enzoóticos passando a circular na população humana.
Pragas urbanas, resultantes do processo de domiciliação, como moscas, mosquitos, formigas, cupins, baratas, escorpiões e ratos são exemplos da resposta biológica as modificações impostas pelo homem ao ambiente.
Assim a evolução ambiental necessita da epidemiologia como base cientifica multidisciplinar para auxiliá-la na interpretação de fatores determinantes que agravam a qualidade de vida humana.
A epidemiologia  começa a ser configurar com correia há aproximadamente um século e meio, em meados do século XIX.
O que desenvolveu e aplicou o raciocínio epidemiológico no estudo da cólera em Londres. Na época a doença era tida como castigo da purificação. Ainda não se conhecia os microorganismos e a ciência minturando-se com religião, crendices e misticismo.
Nesse período não se conhecia os micróbios, esse médico extraordinário JOHN SNOW desvendou a transmissão da trágica doença e exigiu das autoridades tomada de medidas preventivas. Fica claro nesse exemplo histórico que a Epidemiologia é fundamental para discussão dos fatores determinantes de qualquer doença.

Período Miasmático
Acreditava-se que a  causa era de corrente do mal cheiro dos ares, desconheciam o papel do mosquitos anofelinos que são vetores. Esses sim é que emergiam dos charcos, picavam o homem e transmitiam a doença.
Determinantes Biológicos
No séc. XIX passou a enxergar o mundo dos microscópios, logo surge o desenvolvimento da microbiologia e bacteriologia, pesquisadores descobriram micróbios associados a doenças que estudavam, foi um período de grande progresso na medicina.
Houve um grande avanço das terapias por antibióticos, bem como, melhor conhecimento destes medicamentos.
Multicausalidades
Determinismo puramente biológico começou a ruir quando perceberam que havia infecções sem doenças, então o que motivava a doença não era exclusivamente o agente biológico, mas um conjunto de fatores que deve interagir para que a doença ocorra.
Entre outros fatores determinantes, pode se citar o estado imunitário deficientes, má alimentação, excesso de trabalho e fatores climático. Essas concepções representou um grande passo para aprimoramento da saúde pública, ela ainda possui limitações.
Não se reputa a idéia multicausal, porém entende-se que os fatores são provenientes de três categorias : AGENTE, HOSPEDEIRO e AMBIENTE. Preconisa-se a existência de um suporto equilíbrio destas três partes.

EPIDEMIOLOGIA = Estudo das Epidemias
ENZOÓTICO ( em-zo-ó-ti-co) adj ( em+zoo+t+iço) Vet 1 Diz-se da doença de animais peculiar a uma localidade ou constantemente presente nela. Que tem caráter de enzootia
MIASMA = Emanação procedente de moléstia contagiosa, emanação procedente de animais ou plantas em decomposição.

Comentários
0 Comentários

0 comentários:

Postar um comentário

 
Eco Harmonia