Keko investe R$ 35 milhões em fábrica sustentável


A Keko Acessórios, empresa brasileira que atuam no setor de personalização automotiva, concretiza o mais desafiador projeto enfrentado ao longo dos seus 25 anos de história: a construção do novo parque fabril, uma fábrica modelo idealizada para atender a expansão da empresa - que vem crescendo numa taxa média de 25% a 30% ao ano - e as demandas do setor automotivo. A obra se estendeu por cerca de dois anos. Instalado em Flores da Cunha, na Serra Gaúcha, o complexo industrial ocupa 21 mil metros quadrados de área construída (8 mil a mais que as instalações atuais, no município vizinho de Caxias do Sul), em um loteamento industrial de 190 mil metros quadrados. O investimento ultrapassa R$ 35 milhões, incluindo R$ 23 milhões nas obras de construção civil e R$ 12 milhões na aquisição de equipamentos. Parte do valor foi bancada com recursos próprios e outro montante com financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), da Caixa RS e do Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul).

A companhia conclui a transferência de todos os setores para a nova sede até o mês de setembro, quando passará a operar 100% nas novas instalações. O novo endereço irá proporcionar ganhos de produtividade e de logística ao concentrar num espaço único todas as operações, até então espalhadas em três unidades na cidade de Caxias do Sul. A nova fábrica também permitirá a duplicação da capacidade instalada nos segmentos atuais e a abertura de espaço para o desenvolvimento de novos projetos. Na linha de capotas marítimas, por exemplo, o volume deve passar de 300 para 600 unidades por dia até julho, enquanto a fabricação de produtos metalúrgicos deve evoluir de 500 para mil peças diárias até o início de 2012, e a de componentes plásticos, de 200 para 300 peças até o final deste ano. O número de postos de trabalho também deve crescer. Os atuais 420 empregos diretos devem se aproximar de 500 até dezembro.

O plano diretor inclui 18 prédios (incluindo casas de máquinas, de força e as duas ETEs), planejados a partir de fluxos lógicos de circulação e interação entre os setores. "O projeto foi preparado para futuras ampliações e contempla, inclusive, uma área para sistemistas", destaca o diretor-presidente Leandro Mantovani. A nova fábrica adota o conceito de produção enxuta (lean manufacturing), visando à melhoria de resultados nos processos produtivos e a oferta de produtos e serviços com a máxima qualidade.Investimentos em tecnologia - A nova fábrica da Keko contempla R$ 12 milhões de investimentos em modernas tecnologias de produção, entre elas uma linha totalmente automatizada de pré-tratamento nanocerâmico, pintura eletroforética KTL (e-coat) e sistema automatizado Top Coat Pó, que se constitui em uma completa e moderna linha de tratamento superficial e pintura automotiva. Outras aquisições incluem curvadoras de tubos computadorizadas que executam dobras em oito eixos, injetoras de plástico de grande porte, vaccum forming, célula robotizada de corte a laser em oito eixos (inédita no Brasil), corte de lona computadorizado, além de nova estrutura e sistema de armazenamento e expedição. Esse aporte tecnológico deve colocar aKeko num patamar diferenciado de qualidade e produtividade no mercado, especialmente junto às montadoras de veículos.Inovação no DNA - A inovação, que se constitui num dos principais pilares da marca, acostumada em ser pioneira e criadora de tendências, é outro ponto que deve ser reforçado nas novas instalações, projetadas para ser um centro de inovação e excelência. O Centro de Desenvolvimento e Inovação (CDI), que concentra a alma criativa da Keko, passa a contar com quatro boxes de desenvolvimento independentes, contribuindo para a confidencialidade dos projetos e das informações. Essa área, que ocupa 800 metros quadrados e conta com uma equipe de 30 profissionais entre engenheiros, designers, projetistas e prototipistas, foi integrada num prédio voltado exclusivamente à inovação. Para fomentar a busca permanente de ideias, novas tecnologias, materiais e produtos, a Keko investe entre 3,5% a 5% da receita bruta anual em Pesquisa & Desenvolvimento (P&D), conta atualmente com 110 patentes registradas no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) e mantém parceria com a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP).Sustentabilidade e compromisso social - A nova fábrica da Keko foi planejada para atender o crescimento da empresa com o máximo cuidado em relação à natureza. Conceitos de sustentabilidade, ecoeficiência e compromisso social norteiam o projeto arquitetônico e os processos produtivos. Isso porque a empresa deseja não só produzir os melhores acessórios - o que tornou a marca líder nacional em personalização automotiva e reconhecida em 23 países - mas produzir os produtos com tecnologias limpas, evidenciando seu compromisso com um futuro sustentável e responsável.Soluções construtivas que otimizam ao máximo o aproveitamento da luz e da ventilação naturais, resultando em economia de energia elétrica; captação e reutilização das águas pluviais; aquecimento da água por placas solares; tratamento de 100% dos efluentes; compostagem; programa de coleta seletiva e separação de resíduos sólidos com sua correta destinação para empresas com licença ambiental estão entre as ações para uma produção mais limpa e com menos impacto à natureza. Somente nas duas Estações de Tratamento de Efluentes (ETEs), idealizadas em atendimento às Resoluções Consema 128 e 129, foi aplicado R$ 1,5 milhão.O espaço verde foi preservado no entorno dos prédios, contribuindo para manter uma sensação térmica agradável. A companhia está implementando as ferramentas para certificar seu sistema de gestão ambiental na norma ISO 14001, com certificação prevista para 2012.A acessibilidade e o compromisso social são outros pontos que merecem destaque. O parque fabril da Keko conta com cordões rebaixados, calçadas com piso tátil para deficientes visuais, rampas de acesso em todos os prédios e banheiros para cadeirantes.Pontos de sustentabilidade na nova fábrica da Keko.

1. Telhas e paredes duplas propiciam conforto térmico e bem-estar aos funcionários;

2. Placas prismáticas oferecem 500 lux de iluminação natural durante o dia, reduzindo o consumo de energia em até 30%;

3. Arquitetura bioclimática. Fábrica, prédios administrativo e de apoio com fachadas norte em peles de vidro para o máximo aproveitamento da luminosidade natural. Brise para controle solar e conforto térmico no prédio administrativo;

4. Ventilação natural e contínua. Aberturas nas laterais e sistema de lanternim no vão central dos prédios possibilitam até quatro renovações do ar do ambiente a cada hora;

5. Tratamento de 100% dos efluentes. A ETE 1 trata os efluentes dos sanitários e do restaurante, que, após a retirada de sólidos grossos e de gordura, juntam-se aos efluentes industriais da ETE 2, responsável pelo tratamento físico-químico e biológico. Após o processo final de cloração, a água tratada está no padrão de potabilidade exigido pelo órgão ambiental competente, passando inclusive por teste de toxicidade. As duas ETEs tratam 200 mil litros/dia. Com a retirada do lodo (encaminhado para aterro de resíduos industriais), restam 180 mil litros, reaproveitados da seguinte forma: 100 mil litros no processo industrial, 35 mil litros nos sanitários e 45 mil para jardinagem e o espelho d'agua. Esse abastecimento é feito através de tubulação hidráulica dupla;

6. Espelho d'agua com fauna e flora assegura a qualidade da água tratada pelas ETEs;

7. Programa de coleta seletiva com os funcionários e separação dos materiais na central de resíduos sólidos, onde são separadas sobras de metal, papel, papelão, alumínio, vidro e plástico. Os recicláveis são destinados a usinas de recicladores (visitadas periodicamente) e os demais, encaminhados para empresas licenciadas para o descarte adequado. O controle é feito através de planilhas, encaminhadas periodicamente para a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam);

8. Área de preservação permanente com 3 mil metros quadrados, contribuindo para uma sensação térmica agradável e a qualidade de vida;

9. Coleta de água da chuva por 2,7 mil metros quadrados de telhado e reutilização no processo industrial, sanitários e jardinagem. Neste primeiro momento a água coletada é armazenada num reservatório de 50 mil litros, mas o projeto prevê a construção de um reservatório de 1 milhão de litros, garantindo abastecimento durante cinco dias;

10. Aquecimento da água por placas solares para uso no restaurante e vestiários, com redução no consumo de gás em até 100% em condições ideais;

11. Sanitários abastecidos através das ETEs, com sistema de descargas duo flux (ciclos de acionamento com 3 e 6 litros), resultando numa economia de 70%. Torneiras automáticas de pressão nos sanitários proporcionam economia de 40%;

12. Exaustão e filtros em todos os processos industriais que emitem gases poluentes;

13. 7 mil metros de estacionamento com blocos intertravados absorvem a água do solo.Outras ações sustentáveis:

* Utilização de papelão reciclado na embalagem dos produtos.

* Compostagem dos restos de alimentos do restaurante e sua transformação em adubo orgânico, evitando o lançamento desses resíduos em aterros.

* Programa de treinamento dos preparados de alimentos para a separação de sólidos e resíduos contaminantes gerados pelo restaurante antes do envio para tratamento nas ETEs.

* Plano diretor com fluxos lógicos de movimentação de veículos, diminuindo o consumo de combustível fóssil e a emissão de poluentes. A movimentação de materiais dentro da fábrica é feita através de equipamentos elétricos, evitando a combustão que gera calor e gases.

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