BENEFÍCIOS: manutenção resulta na economia de
energia elétrica e no aumento da vida útil do equipamento
Por Mirella Poyastro
A falta de manutenção e de
limpeza periódica em condicionadores de ar tem aumentado a disseminação de
doenças respiratórias na população dos centros urbanos, que já sofrem com a
poluição externa. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de
40% da população urbana em todo o mundo é alérgica. No entanto, a proporção
aumenta porque mesmo que a pessoa não seja alérgica, a exposição aos elementos
causadores de alergias (ácaros, fungos, mofo, poeira de local fechado e
bactérias), disseminados em ambiente com ventilação artificial ou climatizado,
acaba sensibilizando o organismo, que reage, desencadeando uma crise alérgica
manifestada por alguma doença do sistema respiratório (como rinite, sinusite,
laringite, faringite e otite).
O problema é tão grave que a
Associação Sul Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Aquecimento e
Ventilação (Asbrav) formou uma comissão para elaborar um anteprojeto de lei
para regulamentar a qualidade do ar interno.
De acordo com o coordenador da
comissão e diretor do Grupo Setorial Ar Condicionado da entidade, o engenheiro
mecânico Cesar Augusto Jardim De Santi, a intenção é apresentar uma proposta
para ser debatida, primeiramente, pela Câmara Municipal de Porto Alegre e,
depois, pela Assembleia Legislativa. "A proposta para uma lei municipal
deverá ser apresentada até o final deste ano", afirmou De Santi.
Em função dos grandes problemas
causados pela má qualidade do ar interior, o Ministério da Saúde editou a
portaria 3523/98, que estabelece normas e periodicidade para limpeza,
manutenção, operação e controle dos sistemas de ar-condicionado e ventilação.
"A portaria obriga os ambientes onde o número de aparelhos, cuja
capacidade instalada supere 60 mil btus, a possuírem o Plano de Manutenção, Operação
e Controle, o PMOC. O plano deve ter a supervisão de um técnico responsável
vinculado ao sistema Confrea-Crea ou de uma empresa de instalação e manutenção
de ar-condicionado também definidamente certificada", enfatizou De Santi.
A resolução da Anvisa 09/03 determina a verificação da qualidade do ar ambiente
a cada seis meses. Isto vale para aparelhos de janela, split e, principalmente,
para sistemas de ar central.
"A falta de manutenção é
foco de disseminação de doenças respiratórias. No caso dos split, como o
aparelho não tem renovação de ar externo, pois é um climatizador e não
um ventilador, a situação é pior.
O ar só recircula no ambiente", adverte o diretor da Asbrav. O
ar-condicionado central também é outra importante fonte causadora de doenças
respiratórias sem a limpeza adequada. O projeto de instalação é disciplinado
pela norma NBR 16401 (ABNT) e é válido para todo o país.
A saúde é o principal, mas não o
único fator para manter o aparelho sempre limpo. Além de se proteger contra
doenças respiratórias, fazer a limpeza periódica do equipamento com
profissional especializado significa economia de energia elétrica, aumento da
vida útil do ar-condicionado, menor incidência de assistência técnica e melhor
custo-benefício do aparelho. No caso do central, a falta de manutenção aumenta
em até 30% os gastos de energia. Já nos aparelhos de janela e split, o
desperdício chega a 15%.
Fonte: http://www.luzitana.net