Sob o ponto de vista das ciências ambientais, a visão holística, a concepção (ou abordagem) sistêmica e a interdisciplinaridade estão diretamente relacionadas, ou seja, mesmo que não haja de forma clara pontos em comum entre os “conceitos”, estes são interdependentes para que seus aspectos positivos possam somar-se. Eles se inter-relacionam, estabelecendo conexões, tendo como ponto de convergência a ação que se desenvolve num trabalho cooperativo para resultados efetivos, tanto em pesquisas, ações ou tentativas de solução para as questões mais diversas na área ambiental.
Em se tratando da Educação Ambiental, as ações, atividades ou projetos devem ser planejados de modo a se compreender o “todo” (visão holística), considerar a disposição das partes ou dos elementos de um todo, coordenados entre si, e que “funcionam como estrutura organizada” (abordagem sistêmica), com o apoio de diversas áreas do conhecimento e que cada uma dessas áreas atue como parte indispensável no desenvolvimento de um processo dinâmico, integrador e, sobretudo, dialógico (interdisciplinaridade).
Num processo que pode ir da simples comunicação de ideias até a integração recíproca de finalidades, objetivos, conceitos, conteúdos, terminologia, metodologia, procedimentos, dados e formas de organizá-los e sistematizá-los no processo de elaboração do conhecimento, a interdisciplinaridade difere da concepção de multidisciplinaridade, a qual apenas se justapõe conteúdos. Nesse sentido, a interdisciplinaridade não pode ser traduzida como uma teoria geral e absoluta do conhecimento, nem compreendida como uma ciência aplicada. O desafio é assegurar a abordagem através de uma perspectiva holística, onde a valorização é centrada não no que é transmitido, e sim no que é construído, considerando que todos os elementos influenciam e são influenciados reciprocamente, SEMPRE.
*Kovacic, Hegli Serpa. Senac Curitiba. 2008