EDUCAÇÃO PARA A LIBERDADE - PAULO FREIRE

Pensar em estratégias que envolvam as ideias e práticas de Paulo Freire para o cotidiano escolar é não só acreditar em ações que amenizem o sofrimento no decorrer da aprendizagem, como também promover possibilidades de construção e produção do conhecimento. Já é sabido que esse planejamento de base freireana considera o pensamento antropológico do sujeito como um ser incompleto, que precisa do outro, de forma que esse é o passo inicial para educadores e alunos trabalharem em conjunto, uma vez que a transformação não acontece isoladamente, mas sim a partir da vivência de cada indivíduo - elemento determinante da comunidade.
A reflexão aqui apresentada tem como propósito pontuar algumas de nossas ações no momento da realização do estágio supervisionado, procurando detectar a influência de Freire tanto na construção do trabalho quanto na execução das propostas. Para isso, é primordial citar que construímos um projeto que atendesse ao gosto e a carência dos alunos, fato que proporcionou momentos de interação e debate, os quais Paulo Freire denomina de “Círculo de Cultura”.
A temática do projeto Aprendendo com o Hip Hop, escolhida pelos alunos, contribuiu para a problematização de algumas questões do cotidiano deles, como a diferença entre a pichação e a arte, as brigas de rua, a influência da música e da dança, entre outros assuntos que surgiram ao longo da execução das nossas prévias intenções.
Inclusive, no momento das atividades de desenho e pintura, os alunos externaram seus pensamentos, suas dúvidas e sugestões enquanto produziam; e na ocasião da socialização, revelaram a intencionalidade de suas produções, o que possibilitou o esclarecimento da vivência de cada um e do coletivo – e esse é um dos propósitos de Freire.
Algumas discussões tornaram possível a descoberta de situações vividas pelos alunos, ainda desconhecidas por nós, e essa chance da proximidade, ou seja, de entender o comportamento e a vida de cada um, nos leva a repensar não só as práticas e estratégias elaboradas, como também na busca de meios para uma educação cada vez mais consciente e condizente com a realidade do aluno, da escola e da comunidade.
Portanto, refletimos que, ao planejar ações e táticas para alcançar determinados objetivos, devemos levar em consideração a indispensável e prévia comunicação entre os elementos integrantes desse processo. Dessa maneira conseguiremos formar círculos de discussão com possibilidades de ensinar, aprender, construir e produzir, além de transformar alunos e professores em sujeitos ativos, atuantes e conscientes dessa sucessão de mudanças, as quais não se consolidarão jamais caso não consigamos esclarecer e entender os porquês da realidade que nos cerca.

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