Gestão Ambiental – Estudo de caso

Trabalho de conclusão de curso no CENED
Nome: Cristian Pillar de Eckert

1. Introdução
A atenção ao meio ambiente é cada vez mais valorizada. Hoje, as companhias buscam a certificação ISO14001 como forma de ser reconhecidas por seus clientes e pela sociedade de uma forma geral. Assim, as empresas vêm destinando altas verbas para a conquista de uma gestão ambiental eficiente

O presente relatório relata e retrata o estudo de caso de um trabalho de gestão ambiental no armazém de uma indústria do ramo de siderurgia. O trabalho já vinha sendo realizado antes do início do curso de gestão ambiental e foi fator motivacional (e decisivo) para a realização daquele.

2. Empresa
A empresa onde foi realizado o estudo se localizada em Sapucaia do Sul – RS, a empresa multinacional conta com aproximadamente 1.000 colaboradores nessa unidade, divididos em diferentes áreas e turnos.

3. Gestão Ambiental
A empresa conta com uma forte gestão ambiental (mesmo que formada por uma equipe pequena) e é certificada pela ISO14001 desde 2005, contando com re-certificações anuais. Há uma célula específica de meio ambiente, com a qual trabalho em conjunto, desenvolvendo as ações da minha área.

O meio ambiente é responsável pela orientação geral às áreas quanto à gestão ambiental e pela aprovação do uso dos produtos químicos pela usina. Também, dá suporte e disponibiliza “ferramentas” para a correta gestão do meio ambiente, assim como é responsável pela política ambiental e seu cumprimento.

Dentre as ferramentas utilizadas na gestão ambiental da empresa, estão:

3.1. Tabelas de aspectos e impactos ambientais: relaciona todos os aspectos gerados pelas áreas e seus possíveis impactos.
 
3.2. Gestão de co-produtos e resíduos: relaciona os resíduos gerados pelas áreas e sua correta disposição.

3.3. Ficha de segurança de produtos químicos: documento que deve acompanhar todos os produtos químicos recebidos. Possui todos os dados do produto.

3.4. Dados de segurança: é um resumo com as principais informações contidas na FISPQ. É disponibilizada dentro do sistema de gestão integrada.

3.5. Autorização de uso: aprova o uso de produtos químicos pelas áreas.

3.6.Informações sobre meio ambiente: informações sobre gestão ambiental, indicadores e outras dicas, expostos nos canais de comunicação como intranet, painel de gestão à vista e e-mail.

3.7. RAP’s e RAC’s: ferramenta usada para registrar registros de ações preventivas e de ações corretivas e acompanhar as ações necessárias.

3.8. CIMA: orienta as ações realizadas pela comissão interna de meio ambiente.

3.9. Tabela de incompatibilidade entre classes de produtos: cruza as classes de risco e mostra as incompatibilidades existentes.

3.10. Coleta seletiva do lixo, conforme legislação.

3.11. Atividades sociais: mobilizar voluntários para ações sociais relativas ao meio ambiente (ex.: sensibilização em escolas do dia do meio ambiente).

4. Estudo de caso
No Almoxarifado, setor do qual faço parte há um ano e dois meses, o quadro atualmente conta com 20 colaboradores, que desempenham basicamente as funções de administração, recebimento, armazenagem e distribuição de insumos, peças de reposição e serviços.

Dentre os insumos, a área é responsável por gerenciar produtos químicos e inflamáveis. Há áreas específicas para esses materiais: um galpão de produtos químicos, devidamente fechado e com contenção de vazamento; e uma área de inflamáveis restrita e que também possui contenção para vazamentos.

Apesar da forte gestão ambiental, foram encontrados, no início dos trabalhos no Almoxarifado, muitos pontos em que havia possibilidade de melhoria. A seguir um resumo dos mesmos e das ações tomadas na gestão ambiental realizada:

4.1. Muitos produtos químicos eram guardados no armazém principal, que não possui contenção especial para vazamentos. Foram localizados todos (aproximadamente 25 códigos) e enviados para armazenagem no galpão de químicos.

4.2. Havia produtos inflamáveis misturados aos químicos no galpão de químicos. Da mesma forma, eles foram separados e enviados ao local de armazenamento “adequado”, a casa de inflamáveis. Deve se ressaltar o fato de se registrarem temperaturas altas no local durante o verão, o que se configura como um risco. Devido a elas, também, há a necessidade de um produto que estraga ao calor ficar em uma sala climatizada do armazém principal. Para adequar essa necessidade às normas, um armário corta-fogo foi colocado na sala.

4.3. Layout inadequado e falta de localização dos itens no sistema de gestão (SAP), causando esforços desnecessários para movimentação de materiais. Foram feitas alterações no layout e projetado um layout futuro. Também, foi criado um padrão de localizações de forma que fica fácil a identificação do local de armazenamento de cada material. A maioria dos produtos hoje já possui uma localização assertiva, comparando-se físico e sistema.

4.4. Faltava de identificação em muitas lixeiras (descolaram e não foram repostos). Foram adquiridos e colados novos adesivos junto com um segundo plástico em para aumentar a vida útil da identificação.

4.5. Não havia dados de segurança para todos os produtos. Eles eram dispostos em cavaletes apenas com o nome do produto. Dos que existiam, não existia uma forma fácil de localização. Foi feita uma pasta com dados de segurança individuais para cada código de material. Na pasta, duas listas índice: uma por ordem de nomenclatura e outra ordenada por código do material no SAP.





4.6. Produtos incompatíveis estavam guardados lado a lado. Todos os produtos foram revisados e armazenados levando em consideração sua classe de risco. O próximo passo será a impressão dos dados de segurança de determinadas classes em folhas coloridas para criar uma gestão visual.

4.7. Produtos vencidos misturados com os ainda válidos. Os mesmos foram segregados e dispostos, conforme orientação do meio ambiente.

4.8. Não havia chuveiro ou lava-olhos perto do galpão de produtos químicos. Foi instalado.

4.9. Má conservação da área temporária de tambores usados. Haviam muitos tambores, alguns deles fora da área de contenção. Foi feito um 5s no local com

focado no descarte e definido um layout para separar os tipos (conteúdo) de tambor.

Também, como a área é fechada, há uma local externo para os usuários da usina deixarem os tambores. Então, ocorria o fato dos deixar tambores fora desse local, diretamente no chão. Isso por que havia um desnível que dificultada a colocação (manuseio com empilhadeira) de tambores no local designado. Foram colocados paletes, nivelando o piso do local, de forma a facilitar essa manobra.

4.10. Não havia manutenção dos Kits de proteção ambiental. Os kits (e seus itens) foram revisados e foi fixada uma folha contendo os itens do kit e sua(s) utilidade(s). Além disso, foi montado um kit pequeno e colocado no veículo de entrega de materiais na usina.



4.11. Não havia uma rotina de controle dos pontos críticos. Assim, para melhor controlar e agir em relação às principais questões ambientais, foi criada uma avaliação SGA que é realizada mensalmente.

5. Conclusão
Apesar dos pontos falhos discutidos no presente trabalho, encontram-se na empresa de estudo uma forte gestão ambiental e excelentes resultados, frutos da responsabilidade sócio-ambiental da empresa perante a comunidade.

O constante gerenciamento dos principais pontos é crucial para a identificação de oportunidades e o andamento das ações de melhoria ou correção. Para isso, a importância das ferramentas de apoio no andamento da gestão ambiental

A comunicação também é extremamente importante, de forma que sensibilize todos os stakeholders da organização, desde os acionistas e altos cargos (responsáveis por liderar e fornecer as condições) até os operadores (responsáveis pelo cuidado com o meio ambiente durante o seu trabalho). A preocupação e gestão do meio ambiente deve ser preocupação de todos, no trabalho ou fora dele.


Fonte : www.cenedcursos.com.br

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