Ações sustentáveis incluem tratamento
de resíduos e redução do consumo de energia
07 de outubro de 2012 | 3h 07
Uma rede de hospitais "saudáveis e verdes" está sendo
construída no Brasil. Iniciativa da organização internacional First Care
Without Harm (Saúde sem Dano), a ideia é reunir as instituições que se
comprometem a tratar resíduos, reduzir consumo de água e energia, substituir
substâncias químicas perigosas e construir prédios sustentáveis, entre outras
ações.
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Tasso Marcelo/AE
Hospital São Vicente de Paulo, no Rio: projeto sustentável inclui
'telhado verde'
Vinte e cinco hospitais, entre eles o Sírio-Libanês, e redes de
assistência, como Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina
(SPDM), Amil, Santa Casa de São Paulo e Pró Saúde aderiram à rede, fundada no
mês passado.
Essas instituições se comprometem a cumprir metas sustentáveis. A
expectativa é alcançar 700 dos 7 mil hospitais brasileiros em dois anos.
"Nós não certificamos o hospital, o que exige um rigoroso sistema
de auditoria. Para entrar na rede, as instituições têm de cumprir ao menos dois
dos dez objetivos e assumir o compromisso de forma séria de ampliar a atuação
para se tornar um hospital sustentável", afirma o coordenador do conselho
consultivo do Projeto Hospitais Saudáveis, Vital Ribeiro.
A proposta da rede é que as instituições - públicas e particulares -
troquem experiências e encontrem soluções locais para problemas comuns.
O Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into) será o primeiro
hospital federal a ingressar na rede. Entre as metas cumpridas está o banimento
de mercúrio. Termômetros e instrumentos para medir pressão que utilizavam o
metal pesado foram substituídos por aparelhos digitais.
Outros objetivos foram alcançados: mais de 20 toneladas de lixo foram
recicladas em 6 meses, o resíduo biológico, que chegava a 30% do lixo, foi
reduzido para 11%, o consumo de energia e água baixou. "Há um esforço
mundial para termos hospitais saudáveis e verdes. Para ingressar na rede,
precisávamos cumprir dois objetivos; alcançamos quatro", diz o gerente de
resíduos de saúde, Robson Monteiro.
Tendência. Cresce no setor de saúde iniciativas de hospitais
sustentáveis. Reaproveitamento de água e iluminação natural já são corriqueiros
nas novas obras. Mesmo os mais antigos se adaptam. No Hospital São Vicente de
Paulo, na zona norte do Rio, erguido no fim dos anos 1970, a solução foi criar
tetos verdes, que reduzem a temperatura interna entre 6°C e 8°C. Nas reformas,
árvores nativas foram mantidas e incorporadas ao projeto arquitetônico.
Em dezembro, será inaugurado no Rio o primeiro hospital certificado pelo
Green Building Council, organização que atesta se prédios são sustentáveis,
desde a construção à operação. O Hospital Unimed-Rio, na zona oeste, custou R$
100 milhões - entre 15% a 20% empregados em materiais e equipamentos com
suficiência energética.
"Há uma questão de consciência pela sustentabilidade, mas também
uma redução nos custos de operação", afirma Flávio Kelner, sócio diretor
da RAF Arquitetura, que desenvolveu projetos de prédios verdes no Rio e em São
Paulo.
Fonte: ESTADÃO