Profissão e Mercado do Engenheiro Ambiental em suas Habilitações


"Engenharia é uma sucessão de sabedorias e realizações"


Uma breve definição sobre Engenharia Ambiental segundo Erwin Tochtrop, coordenador do pioneiro curso de Engenharia Ambiental da Universidade Luterana do Brasil em Canoas no Rio Grande do Sul ∙ ULBRA-RS:


Engenharia Ambiental
Interligando Desenvolvimento e Meio Ambiente


A Engenharia Ambiental busca conciliar de maneira harmoniosa desenvolvimento e meio ambiente, visando o levantamento e a redução de possíveis danos ocasionados pelo ser humano através de sua influência na natureza. Para isso, o profissional tem uma formação multidisciplinar, com conhecimentos de Química, Física e Matemática, além destas áreas específicas como hidrologia, climatologia, saúde ambiental, tratamento de efluentes, tratamento de resíduos, avaliação de impacto ambiental, gestão ambiental, planejamento, monitoramento ambiental, entre outros.

O engenheiro ambiental atua de maneira conjunta com profissionais de diversas áreas, analisando o impacto na natureza de processos e obras, no intuito de evitar ou minimizar danos. “O diferencial do engenheiro da área é o conhecimento que desenvolve do meio ambiente”, afirma Erwin Tochtrop. Entre as diversas atuações, está a preservação dos recursos hídricos, do ar e do solo, através de diagnósticos que visem minimizar, restaurar ou evitar danos ao meio ambiente. O profissional lida com a matéria-prima, da exploração até o processamento, auxiliando na elaboração de sistemas produtivos ambientalmente sustentáveis, bem como na recuperação de áreas degradadas e na diminuição e no monitoramento de atividades causadores de impactos ambientais.


ENGENHARIA AMBIENTAL E SEUS PERFIS DE FORMAÇÃO

Os currículos dos cursos de Engenharia Ambiental são muito diferentes, inclusive dentro do mesmo estado. As Universidades montam os cursos, conforme as particularidades do ambiente que as circunda e a necessidade regional do mercado de trabalho, por isso as matrizes curriculares de engenharia ambiental se tornam tão amplas e até mesmo difíceis em definir o que pode ou não ser feito por este profissional, apesar de possuírem o mesmo título na sua formação acadêmica, Engenheiro Ambiental.

No Brasil atualmente existem três perfis de Engenharia Ambiental cadastrados no MEC/CREA:

- Engenharia Ambiental e Sanitária
- Engenharia Ambiental e Urbana
- Engenharia Ambiental e Energias Renováveis

Note que independente do perfil: Sanitária, Urbana ou Energias Renováveis. A pessoa que seguir a carreira será um Engenheiro Ambiental com a ênfase no perfil escolhido, mas que também estudará tópicos dos outros perfis. 

O mercado não necessita de um simples gestor, mas sim de um profissional com sólida base científica e ampla cultura, que tenha um caráter empreendedor e seja capaz de solucionar problemas, inclusive com a criação de novas tecnologias, e que esteja apto a trabalhar em equipe, atuando sempre de maneira ética e zelando pelo interesse social. Como Engenheiro Ambiental, deve possuir uma visão integrada das dimensões ecológicas, sociais, econômicas e tecnológicas, com o intuito de promover um desenvolvimento equilibrado e sustentável, privilegiando a prevenção ou sanando e minimizando os danos ao ambiente.

A Universidade Federal Rural da Amazônia com base nesta concepção está formando as primeiras turmas do curso de Engenharia Ambiental & Energias Renováveis, o único com este perfil na região Norte/Nordeste do país.



MERCADO DE TRABALHO DOS ENGENHEIROS AMBIENTAIS ESTÁ ENTRE OS MAIS PROMISSORES. CARREIRA EXIGE PAIXÃO PELAS CAUSAS ECOLÓGICAS E HABILIDADES COM EXATAS.

FONTES: G1 GLOBO, 2012 / INEP MEC, 2011

Até a mais humanizada das engenharias, a ambiental, que muitas vezes inclui sanitária na denominação, exige um candidato bom de cálculos. Apesar da carreira estar focada nos problemas e soluções ambientais, para se dar bem no curso de graduação é necessário encarar uma carga pesada de ciências exatas. A seguir assista o vídeo sobre a carreira.


Quem se forma, tem a contrapartida. Pesquisas apontam que a profissão é uma das mais promissoras do futuro e a crescente onda da preocupação ecológica cria novos nichos de mercado e oferta de vagas. "A divulgação dos problemas ambientais tem contribuído muito para que haja maior procura pelo profissional", diz o professor do Centro Universitário Senac, Rubens Koloski Chagas.




O engenheiro ambiental é habilitado a propor soluções socialmente justas e ecologicamente corretas para os problemas ambientais como poluição dos rios, do ar, descarte do lixo, aquecimento global, entre outros. Pode ser contratado pela iniciativa privada, órgãos públicos e terceiro setor. Para isso, a questão ecológica tem de estar no sangue, segundo o professor Chagas. "Tem de se preocupar com a causa, mas de uma forma bem prática e aplicada. Tem de ter facilidade para comunicação e também para desenvolvimento de projetos."

De acordo com o professor, hoje a maior demanda do mercado é no setor industrial, seguido por serviços. O mercado para consultoria também está aquecido, segundo ele, que garante que nem mesmo os profissionais recém-formados têm dificuldade de conseguir emprego. "Os órgãos têm se preocupado com a sustentabilidade de seus processos e o profissional indicado para atuar nessas situações é o engenheiro ambiental", afirma Chagas.

Outra característica bem-vinda é ter espírito aventureiro. Para desenvolver os projetos de soluções é fundamental que o profissional conheça os problemas na prática. "Uma pitada de aventura é necessária para ir a campo, sair e desbravar os problemas. Mas grande parte do trabalho é elaborado no escritório. Também é necessário ficar horas em frente ao computador para desenvolver projetos e aplicar o conhecimento técnico e conceitual adquirido ao longo do curso."

Apesar de algumas vezes ter a atuação confundida com a do engenheiro florestal, o professor explica que as propostas são diferentes já que este atua com técnicas de manejo florestal, enquanto o engenheiro ambiental trabalha com sistemas urbanos e manejo da poluição hídrica, resíduos sólidos, entre outros.


'Não existe engenharia fácil'
Marcella Moretti Ferreira, de 22 anos, está no 4º ano de engenharia ambiental do Centro Universitário SENAC-SP (2012), e trabalha com pesquisa científica sobre tratamento biológico de esgoto. A jovem conta que há muito espaço no ramo da pesquisa, porém também não difícil encontrar vagas em outros ramos. Para quem pretende ingressar na área, a dica é se dedicar à graduação. "Não existe um curso de engenharia que seja fácil. As pessoas costumam achar que ambiental é mais tranquilo, mas não. Tem a base de cálculo, química, física, estatística, mas envolve também biologia, ecologia, estudo de solo, entre outros. Trabalha o aspecto social dentro da engenharia."

Segundo Marcela, o preconceito contra as mulheres dentro da engenharia ficou no passado. "A mulher está totalmente dentro do mercado, na minha sala só tem mulheres e acho que não existe mais preconceito."

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