Voluntários fazem mutirão para limpar as praias da Barra e do Recreio

Após abraço simbólico, lixo coletado será levado a centros de reciclagem

Projeto Aquele Abraço reuniu um grupo de pessoas na Praia da Barra na altura do Quebra Mar para fazer uma limpeza na areia Foto: Cléber Júnior / Agência O Globo
Evelin Azevedo
08/06/2019 - 12:08 / Atualizado em 08/06/2019 - 16:46
RIO — Sungas e biquínis foram substituídos por luvas e sacolas nesta manhã de sábado nas Praias da Barra e do Recreio. Às 10h25, um helicóptero atravessou o céu anunciando que era a hora de dar Aquele Abraço nos 18,3 km de orla da Zona Oeste. Logo depois, os voluntários começaram um mutirão de limpeza da areia. Resíduos como garrafas, papelão, copos descartáveis, embalagens plásticas, isopor e até tênis foram recolhidos.


Enquanto os voluntários colhiam o lixo não orgânico, a Comlurb removia toneladas de gigogas trazidas pelo mar. A data escolhida, 8 de junho, é carregada de simbolismo. Em 1992, durante a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, a Rio-92, este foi declarado o Dia Mundial dos Oceanos.

O evento Aquele Abraço, organizado pela Ong Route Brasil, lançou o desafio de juntar 18 mil pessoas, separadas em 103 postos espalhados pela areia, para abraçar e limpar a praia. Os organizadores ainda não anunciaram se conseguiram reunir a multidão, mas a limpeza foi feita.

— É só olharmos para o lado para vermos que a natureza está pedindo socorro. Esta ação é uma forma de demonstrar carinho e de fazer um alerta para a situação das nossas praias — diz Fernanda de Freitas, embaixadora da Ong Route Brasil.

Todo o lixo retirado das areias será levado para postos do projeto Recicla Orla.

— O resíduo retirado na praia será levado para uma central de triagem. A partir dali ele será separado, engradado, compactado e vendido para as indústrias que realmente fazem a reciclagem. Não adianta coletar o lixo da praia e jogar em um aterro, porque para o planeta você tira de um lugar e jogar no outro. O aterro também faz parte da natureza — afirma Guilherme Borges, diretor de marketing e vendas da Orla Rio, empresa que administra 309 quiosques do Leme ao Pontal.

Famosos e desconhecidos se unem

O Gari Renato Sorriso, famoso por conta da limpeza da Marquês de Sapucaí após os desfiles do carnaval, marcou presença no evento e fez sua parte.

— A Comlurb trabalha sem parar nas praias cariocas recolhendo lixo. Então, peço à população que quando vier à praia e trouxer seu churrasco e sua bebida, recolha tudo e jogue na lixeira — convida Sorriso.

O paraciclista João Vitor Gomes, de 14 anos, convocou os pais e os dois irmãos para participar da ação.

— Quando fiquei sabendo do evento falei com a minha família que tínhamos que vir. Acho este projeto muito legal e importante.

A mãe afirma que o filho é a maior inspiração para a família e se sente orgulhosa em participar de ações como as de hoje.

— Precisamos trazer as nossas crianças para que elas entendem a importância de ajudar. O lixo que temos em casa nós não jogamos fora, mas jogamos dentro do nosso planeta. Devemos criar alternativas para produzir a menor quantidade de resíduos possível. Se cada um fizer a sua parte, conseguimos melhorar um pouquinho — fala Alessandra Gomes, de 41 anos.

A atriz Fabiana Karla também participou da ação. Para ela, esta é uma meneira preservar o planeta para as gerações futuras.

— Venho de cidade litorânea e aprendi como que o lixo é nocivo à vida marinha e ao meio ambiente. Então, sempre que posso participo. Gosto de me sentir uma gota no meio deste oceano (de ação). 

Ação vai gerar estudo sobre microplástico

Enquanto alguns voluntários recolhiam grandes volumes de lixo, outros se concentravam nas pequenos partículas. Resíduos fragmentados obtidos em amostras de um metro de areia eram peneirados e separados em sacos para um estudo sobre microplásticos presentes na praia da Barra.

— Hoje, além de contabilizamos todos os tipos de detritos e resíduos coletados, estamos aplicando o protocolo de amostragem para quantificar os microplásticos nas areias da Barra — explica Gláucia Olivatto, pesquisadora da Univerde de São Paulo (USP) e voluntária na Ong Route Brasil.

Para participar da coleta destinada à pesquisa era preciso apenas estar cadastrado na lista de voluntários do eveno desta manhã.

— Nós nos inscrevemos para fazer a coleta de lixo, mas a Glaucia nos chamou para fazer a pesquisa — diz a estudante Carolina Gama. — Eu não entendo completamente o que estamos fazendo aqui, mas como quero fazer biologia, então sempre procuro ações como estas — complementa a estudante Beatriz Marques.

Fonte: O Globo Rio

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