Morre a última especie de tartaruga gigante


Texto do blog: Biologia na Medida Certa


POIS É, MORRE O ÚLTIMO DOS MOICANOS

Logo que criei o Blog Biologia na Medida Certa escreví, em 31 de Dezembro de 2010, um post cujo título era "Jorge, o último dos moicanos",



onde contei a história dessa Tartaruga Gigante da subespécie (Geochelone nigra abingdoni) que habitava a Ilha de  Pinta, no Arquipélago de Galápagos no Equador. O que fazia esse ser tão especial, cuja a idade estimada era de aproximadamente 130 anos, era que ele era o último exemplar vivo dessa subespécie. Na ápoca eu mencionei que com a sua morte se daria o processo de extinção mais documentado da história, e isso aconteceu, Jorge o Solitário como era conhecido morreu nessa semana, e assim chegou ao fim a caminhada dessa subespécie.


O Jorge foi visto pela primeira vez pelo biólogo americano Joseph Vagvolgyi, na Ilha de Pinta, no dia 01 de Dezembro de 1971. Depois disso Jorge foi remanejado para uma reserva ambiental, e todas as tentativas de encontrar mais algum exemplar como ele foram frustradas, assim como as tentativas de faze-lo acasalar com alguma fêmea de outra subespécie.

As tartarugas eram abundantes nas Ilhas Galápagos até o final do século 19, quando começaram a ser caçadas por pescadores e marinheiros, atraídos pela carne do animal, enquanto seu habitat foi consumido por bodes que foram trazidos do continente, começando assim seu processo de extinção. Cerca de 20 mil tartarugas gigantes de outras subespécies ainda vivem nas ilhas. Vale lembrar que a observação desses animais ajudou Charles Darwin a entender os processos de evolução, que culminaram com a criação da sua teoria demonstrada no livro "A origem das espécies", livro que se tornou um marco da ciência, responsável pela elucidação de vários processos biológicos. Autoridades do parque de Galápagos afirmam que, com a morte de Jorge, a subespécie de tartarugas Pinta se torna oficialmente extinta.

COMOÇÃO

Sempre é muito triste quando uma espécie, ou subespécie entra em extinção, principalmente quando isso ocorre devido a ganância do ser humano. 

A morte de George não foi apenas lamentada por todo o arquipélago de Galápagos, no Equador, mas também por Fausto Llerena, tratador de George durante quase três décadas. Para o tratador, a dor da perda do "melhor amigo" ainda não passou. A dedicação e a devoção que dispensava ao animal eram tamanhas que foram reconhecidas pela direção do centro onde o quelônio morava, batizado de Centro de Criação de Tartarugas Gigantes Fausto Llerena, na ilha de Santa Cruz.

Jorge e Llerena
No último domingo, quando o tratador de 72 anos foi visitar seu amigo, como fazia todos os dias livres, notou algo de errado. George não foi recebê-lo como de costume e foi encontrado já sem vida em seu recinto.

Segundo o tratador, a tartaruga tinha "uma personalidade complexa" e "somente aceitava três pessoas em sua jaula por vez. Caso contrário, se retirava do recinto. Se o visitante estivesse sozinho, aí mesmo é que ele ficava mais tempo", afirmou Llerena.

Os cientistas lutaram para evitar a extinção da subespécie e tentaram, por diversas vezes, cruzar George com fêmeas de características genéticas semelhantes. O sonho estava a ponto de ser concretizado 15 anos depois, quando uma fêmea com que a tartaruga acasalou, finalmente, pôs ovos. Mas eles não eram férteis.

Embora tenha morrido sem produzir descendentes, George deixou um legado pela luta da conservação das espécies de tartarugas. Agora o corpo de Jorge será embalsamado para apreciação de gerações futuras, e será realizado um seminário internacional para que sejam propostas medidas para a conservação da vida animal.

Infelizmente Jorge se foi, e tomara que a ganancia e a vontade de destruir e matar dos seres humanos também vá um dia, pois cada ser que nós extinguimos é um passo a mais rumo a nossa própria extinção.

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